sexta-feira, 2 de julho de 2010

Diplomacia, experiência e firmeza na defesa dos trabalhadores

O candidato à presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará (Sindjorce) pela Chapa 1, Claylson Martins, mostrou, no dia 24 de junho, porque está apto a representar a categoria pelos próximos três anos. No programa Questão de Ordem, da TV Assembleia, mediado pelo jornalista Renato Abreu, Claylson reafirmou algumas bandeiras da atual gestão da entidade, mostrando os resultados alcançados – como ganho real de quase 8% no piso de impresso, em menos de seis anos –, e refutou argumentos falaciosos da candidata de oposição.

Nome natural à sucessão, Claylson Martins é hoje diretor executivo do Sindjorce, tendo conduzido com sucesso as duas últimas negociações coletivas de Impresso e Rádio/TV. Líder racional, diplomático e ponderado – que tantos colegas alegaram querer ver à frente do sindicato na difícil negociação salarial de 2008/2009 –, o companheiro da Rádio Verdes Mares fez questão de ressaltar: “Acredito na luta pelos direitos do trabalhador, um caminho que vem sendo trilhado pelo Sindjorce nos seus 57 anos”.

Diplomacia, porém, não é sinônimo de dúvida perante os patrões. Claylson Martins sabe ser firme quando é preciso. “Fomos levados à greve porque o patronato se negava a conceder reajuste de 1,02% nos rendimentos dos profissionais de impresso. As empresas queriam dar apenas 0,7% de reajuste no piso e ainda derrubar as cláusulas da nossa Convenção Coletiva, como a estabilidade da pré-aposentadoria”, lembrou.

Claylson reafirmou que, em sua gestão, pretende reforçar o Sindjorce como uma entidade cutista, ampliando a atuação política e social, bem como fortalecendo o movimento sindical no Ceará. “A CUT esteve sempre ao lado das lutas da categoria, como nos protestos contra a derrubada da exigência do diploma de nível superior para exercício da profissão, e contra a instalação de banco de horas nas redações”, afirmou.

Eleito delegado do Ceará para o primeiro Congresso Nacional de Jornalistas, após a derrubada do diploma, Claylson vai defender, em Porto Alegre, em caso de sindicalização de jornalistas não diplomados, que seja estabelecida uma política única a ser adotada pelos 31 sindicatos de jornalistas no Brasil. “Assim, evitamos enfraquecer o movimento sindical da categoria, o que pode acontecer, caso sejam criadas entidades de jornalistas com e sem diploma”. Para o encontro, que acontecerá em agosto, foram eleitos delegados também os companheiros de chapa Samira de Castro, Salomão de Castro e Ângela Marinho.

Situação que chamou a atenção do mediador, Renato Abreu, o fato de a chapa de oposição apresentar em seus quadros uma pessoa que, à época da inscrição, tinha menos de um mês de sindicalizada – e que recorreu à Justiça para participar do pleito – abre um precedente perigoso para a organização sindical. Segundo Claylson Martins, em derrubada a exigência do diploma, o patronato poderia, por exemplo, montar uma chapa com 20 membros, todos sem o tempo mínimo de registro para candidatura que vigorou por 57 anos no Regimento Eleitoral adotado pelo Sindjorce, e “comprar” um mandato com R$ 12.500,00.

Do outro lado

Ignorando a conjuntura neoliberal que fragilizou as relações sindicais de diversas categorias no Brasil e no mundo, a candidata de oposição, Mozarly Almeida, que já esteve na diretoria do Sindjorce em pelo menos duas gestões, preferiu atribuir à atual diretoria da entidade “uma desmobilização dos jornalistas”. Segundo a Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), que congrega 30 sindicatos do Brasil, o Sindjorce tem um dos índices de sindicalização mais elevados do país, congregando hoje cerca de 1400 jornalistas.  Ela manifestou o desejo de não se subordinar às resoluções da FENAJ e da CUT, alegando ter divergências.

Dizendo-se aclamada para assumir a cabeça de chapa por um grupo de oposição que se reúne desde 2004, mas que praticamente nunca marcou presença nos atos realizados pelo Sindjorce, inclusive assembleias e protestos, Mozarly continuou insistindo no argumento falacioso de que recorrer à Justiça para exigir a candidatura de um membro com um mês de sindicalizado é garantir a participação dos jovens no processo sindical. Se assim o fosse, a ação não beneficiaria única e exclusivamente uma pessoa de sua chapa, que tem outro membro com três meses de sindicalização mas não foi alvo de intervenção judicial. Ao contrário, poderia estender a “prerrogativa” a todos os associados na mesma condição.

Mozarly Almeida se disse surpresa com o fato de um colega de chapa ser apontado pelo site Donos da Mídia como sócio-proprietário de duas rádios no interior do Ceará. O site garante que suas informações são atualizadas a cada dois meses e que ali constam nomes de proprietários de veículos e não de pessoas que pediram registro de concessão. Ainda que o integrante do grupo de oposição tenha saído da sociedade, argumento até agora não comprovado, ele admite que “emprestou o nome” para ajudar dois amigos jornalistas que são proprietários de 11 rádios, um jornal e uma empresa de assessoria no Ceará.

Membros da Chapa 1 assistem ao debate na TV Assembleia, juntamente com a jornalista Iracema Sales (de vermelho), do Diário do Nordeste, que declarou apoio ao grupo