terça-feira, 13 de julho de 2010

A Cantina do DN

Candidato é um bicho engraçado e tem que estar pronto para se tornar o saco de pancadas.  Seja político, empresário ou um simples dirigente sindical, quase sempre vira alvo fácil dos espartalhões, chantagistas e extorquidores de plantão. Faz parte do jogo, claro, assim como dar resposta para os ataques mais vis e desonestos.

Tem gente que usa emissoras de rádio para atacar a atual direção do Sindjorce. Por qual motivo essa pessoa passou a se preocupar tanto com os destinos da categoria? Logo ela, que é empresário? Pois bem. Tanta preocupação com o futuro dos profissionais levou este empresário/jornalista até a colocar um "irmão" na chapa 2 que concorre ao Sindicato. Entendemos a preocupação. Deve ser para pagar os melhores salários a estes profissionais, ampliar e garantir direitos dos trabalhadores. Deve ser por isso que o patrão coloca alguém de sua máxima confiança na chapa de trabalhador. Que mais poderia ser?

Quem sabe, não começam a atentar para uma das reivindicações da categoria que trabalha no Sistema Verdes Mares: a melhoria da cantina. Há alguns anos, eram três, uma no Diário do Nordeste, uma no pátio e outra na TV Diário. Deve ser por isso que raramente cruzei com profissionais daquele jornal. Até porque, nem café eu tomava. O hábito foi readquirido há apenas 2 anos e, com certeza, não seria o café da cantina da tia que eu tomaria. A má fama dele corre longe.

Pois bem. Das três cantinas, como disse, só resta uma, no pátio. Quando vou lá é só pra ver se tem Tridente (eles nos obrigam a pronunciar Tráidente). Só compro quando tem sabor Melancia, meu preferido. Destesto o de Canela. Também detesto o cafezinho de lá. Alguém gosta? A comida também não é boa, dizem as más bocas. Uns pastéis vazios, feitos de vento. E ninguém tem coragem de reclamar. Quando o fazem é por trás.

Aos desavisados que mal me conhecem, trabalho na Rádio Verdes Mares há 16 anos, no setor de jornalismo. Sim, sou jornalista de rádio, com muito orgulho. Uma raridade por estas bandas. Cheguei lá a partir da indicação de minha grande amiga que conheci ainda nos tempos de colégio e continuamos na mesma turma de faculdade, Carmen Pompeu. Trabalhei e trabalho com excelentes profissionais desse veículo apaixonante. Aprendi a operar e colocar a rádio no ar com o Jacaré, operador de áudio. Comecei a mexer ainda nos rolos de fita e cartucheiras. Ainda estão por lá Valdenir Santos, George Castro, Cícero Paulo, Dumbo, Chagas Costa entre outros que sempre me ajudam. Tive e tenho o apoio de outros colegas como Nilton Sales, Catunda Pinho, Lyana Ribeiro, Evandro Nogueira, José Maria Bezerra, Luiz Solon, Sylvia Sales, Waldyh Ramos, Nardélia Martins e Irla Freire, que me ensinaram e ensinam muita coisa. Não posso esquecer da Marta e do Pio.

Em todo este tempo, como todo jornalista, precisei arranjar outro emprego. Foi quando, por acaso, encontrei meu também colega de turma do curso de Comunicação da UFC, Oceli Lopes, que era assessor da Câmara Municipal na gestão Acilon Gonçalves. Oceli, como a Carmen, me deu uma força e me convidou para trabalhar com ele. Um tempo depois, me indicou para trabalhar no setor de Comunicação Social da Assembleia Legislativa, comandado por Luzenor de Oliveira na gestão Luiz Pontes.

Na Câmara conheci pessoas amigas como Adriana Negreiros, que acabou me indicando para trabalhar com o vereador Lula Morais. Na Assembleia, conheci meu amigo Valdélio Muniz. Era comum nos juntarmos para discutirmos o futuro da categoria e os problemas inerentes à profissão, além das condutas de alguns dos nossos, como puxadas de tapete federais das quais fomos vítimas. As muitas conversas foram o embrião para mudanças em nosso sindicato. Isso culminou em 2004 quando disputamos o comando do Sindjorce. E, finalmente, amigo Valdélio, posso dizer que as mudanças começaram e serão intensificadas, como tanto sonhamos. A proximidade com movimentos sociais me deu novos pontos de vista, novas perspectivas. Agora é avançar cada vez mais. Bendita hora que entrei pro sindicato. Sinto-me preparado para assumir a missão árdua e, ao mesmo tempo, reconfortante. Poder ajudar a categoria e estar à frente do processo é uma honra para mim. Mesmo com as tijoladas a que estamos expostos.

Sempre tive militância mais à esquerda.  Mas isso não quer dizer nada. Há tanto ex-esquerdista fazendo coisas absurdas por aí. Renderam-se ao capital. Talvez, no fundo, não se achem nada. Talvez não valham nada mesmo. Para eles, é preciso ter dinheiro para obter algum valor. Só se esquecem que o valor é do dinheiro. Sem ele, não sobra nada. Só uma folha, antes branca, agora imunda e um caráter que não vale um pastel com o cafezinho da cantina.

PS.: As conversas sobre o sonho de melhorias para a categoria jamais ocorreram nas cantinas do Sistema Verdes Mares.

Claylson Martins
Candidato a presidente pelo Sindjorce